Pensou no futuro com a pupila
dilatada.
A veia envenenada e uma fome.Que não foi Deus quem deu.
Queria fugir de tudo que era nada.
Querendo o que era tudo.
Inclusive o que não era seu.
Pintou sua face inventou um rosto humilde,
Que inibe a descoberta de seu verdadeiro eu.
Mas a chuva da verdade no espelho.
Todo dia apresenta escorrido .
O que a tinta escondeu.
Pisou na carne como se fosse
pedra.
Não sabe o quanto vale.O que não se pode comprar.
Obstinado em seguir a sua meta .
Não se importa por onde anda,
Mas aonde quer chegar .
Incompreensão é o que somente desperta.
A língua é um nó cego .
Nem Freud sabe interpretar .
De tanto andar se perdeu no labirinto .
Nada sacia e faminto .
No mar do destino vai navegar.
Respirando fundo recrutou
oxigênio.
Com um sorriso confuso, de desejo
intruso.Teias se cruzando na rede do pensamento.
Faz uso de nulo esboço de abalamento.
Pescou, mais do que seu barco pode carregar.
Naufragou, descrente do abreviamento.
Mergulhou, pra não perder o seu tesouro.
No abraço da luxuria não viu contentamento.
É o dizer que é etéreo e terno
Já sabe o que precisa pra levar pro eterno?
Já sabe o que vai poder carregar?
Já sabe o que leve levará?